Doc Ilha do Ferro será exibido durante a SCT
Com apresentação do Governo de Alagoas e da Semana Criativa de Tiradentes, amanhã, às 9h30, acontece a exibição do primeiro episódio do documentário Ilha do Ferro. Dividido em três partes: Bom dia (sexta-feira, 16/10, às 9h30), Boa tarde (sábado,17/10, às 15h) e Boa noite (domingo, 18/10, às 17h30), o filme dirigido por Rodrigo Ambrosio mostra natureza e a vida diária da comunidade localizada a 18 quilômetros do município de Pão de Açúcar às margens do Rio São Francisco, no sertão de Alagoas.
Segundo o Ambrosio, a ideia do documentário foi retratar o imaginário local e suas interações, que se desenvolvem como um único organismo vivo. O filme narra histórias múltiplas, generosas e que sempre se conectam, apresentando a ancestralidade presente, a rica produção artesanal em madeira e o típico bordado Boa Noite, exclusividade da Ilha e que inspira o nome da película.
Para entender mais sobre o filme conversamos com o diretor que compartilhou um pouco sobre o processo criativo do documentário.
Rodrigo, como foi sua aproximação com a Ilha do Ferro?
Há muito tempo acompanho a força criativa presente na Ilha do Ferro. Mas a minha primeira expedição só aconteceu mesmo em 2015, à convite do barco-museu dos artistas Maria Amélia Vieira e Dalton Costa. De lá pra cá fiz vários amigos, sempre visito o local e realizo projetos todos os anos.
E como surgiu a ideia de fazer o documentário?
Nas conversas com a amiga Simone Quintas, curadora da Semana Criativa de Tiradentes, falamos muito da rica produção artística e artesanal ribeirinha ao Rio São Francisco, de Minas Gerais à Alagoas. E foi em um desses contatos que recebi o convite para participar da edição 2020 da SCT. Logo pensei, junto ao amigo Tavinho Camerino e Daniela Vasconcelos, coordenadora do Programa Alagoas Feita à Mão do Governo de Alagoas, em um filme documentário sobre o universo fascinante e inspirador da Ilha do Ferro.
Quanto tempo durou esse processo entre produção, gravação e edição?
A idealização começou em abril desse ano. Já o processo executivo durou três meses até a apresentação, com empenho primoroso do produtor Thiago Laion.
Qual foi a maior dificuldade encontrada na produção do vídeo?
A aproximação com as pessoas, pois estamos nesse período pandêmico. É um momento de atenção redobrada, que isola as pessoas mas que ao mesmo tempo nos faz mais humanos.
O que mais te emocionou nesse projeto?
Fiquei bem feliz em poder realizar essa expedição após quatro meses isolado em Maceió, foi transformador. Sempre me emociono com a possibilidade de contemplar ainda mais a natureza, aprender com o feito à mão alagoano e interagir com as pessoas e suas histórias verdadeiras. Deixo aqui o meu sincero agradecimento à Cármen Lúcia Dantas e Celso Brandão, os primeiros pesquisadores que compartilharam a Ilha do Ferro, desde 1982. Bom dia, boa tarde, boa noite.
O projeto inspirou tanto Ambrosio que ele até escreveu algumas poesias para o filme. Compartilhamos algumas com vocês:
Dos olhos de Iati brota Opará, cercado de fé, eis o rio, as águas, a foz, a maré. — Sobe cena, sente o dia, eis aí a melodia do tempo que canta sobre o chão. — Eu sou a Ilha do Ferro, a ilha da imaginação, eu sou as raízes da vida, pássaros, rio e sertão.
Para acompanhar essa e outras atividades da Semana Criativa de Tiradentes é só adquirir seu passaporte.
Crédito de imagens Marcelo Vibe